sexta-feira, 19 de junho de 2009

A infante máscara

A menina transmite sentimentos
Despida de máscaras e coberta de ansiedades,
Expõe-se...
Esboçando a mulher que dormita...


Seguindo uma multidão que a apavora
Seguindo-a em passos largos e disritmados
Às vezes calmos,
Às vezes vorazes, às vezes inseguros
Às vezes decididos ou não, mas segue-os.


E, em certa altura de sua vida
Se depara com caminhos duplos
Terra e água,
Terra firme e um coração duro, água compassada
Água salobre e rasa, rio salitroso por lágrimas
Completamente obscuro
A menina tem que prosseguir...


E esquece o passado nesse rio,
Nessa boca chã de rio...


Os arenzés de alcova, a menina tudo vê
Ansiosa, busca uma explicação
Que não encontra, mas não desiste.

De silêncios se fez, e de agoniaviu, crescente, um rosto saturado.

Tudo de mágoa e dor, tudo jazia
nos seus braços de infante, se permitia...


A menina tenta não sentir culpa...
Apenas não tinha a voz que nascia

ela tudo desejava - sonho ousado -
por onde o seu olhar navegaria
de cores e de anseios, penetrado.

Buscava uma beleza antecipada
- a condição mais pura de harmonia -
de completa existência tão tardia
Nessa infância de medos tatuada.

Querendo-a em saber...
Beber da infância inacabada
procura que, em seu ser, superaria
a sua triste infância renegada.

E nesse labirinto de Minotauros, ela se perdeu...
Agora já crescida, a tal menina, procura acertar.
Quase sempre a angústia da incerteza, dá-lhe a sensação de ouvir os gritos do mundo.

Assim, então mulher
Ela abandona a máscara da vergonha, que a obrigaram a usar.

E hoje, tão-somente um desejo:

Se encontrar...

Um comentário:

JJ disse...

Por onde andas???sinto sua falta, pessoa!

besitos!!